12 Congresso Mundial de Endometriose

Considerações Baseadas em Evidências Clínicas

Na Revista do Congresso foi publicado um documento para auxiliar os Médicos e outros profissionais de saúde, principalmente cirurgiões e radiologistas, a tomarem decisões clínicas quanto ao diagnóstico e tratamento da endometriose. Cada item destas recomendações está baseado em uma questão clinicamente relevante elaborada pelos organizadores

Questão-chave 1

Há algum fator de risco associado ao desenvolvimento/diagnóstico de endometriose?

Desde a década de 90, diversos estudos retrospectivos foram publicados com o objetivo de caracterizar possíveis fatores de risco da doença e assim traçar medidas de prevenção e controle. Dentre os possíveis fatores etiológicos, suspeitas crescentes envolviam o padrão e intensidade de ciclos menstruais, a alta estatura, consumo de álcool ou cafeína, menor índice de massa corpórea e raça oriental e caucasiana.

Questão-chave 2

Há intervenções no estilo de vida que diminuem o risco do desenvolvimento da endometriose?

Duas análises prospectivas estão na literatura atual. A primeira em relação a mulheres na pré-menopausa com alto consumo de ômega 3. Estas apresentaram uma redução do risco da endometriose em até 22%. A segunda em relação a exercícios físicos e seu impacto sobre a incidência de endometriose. Embora a presença de atividade física sugira redução de risco, os resultados presentes nesse estudo não alcançaram significância estatística.

Questão-chave 3

Em pacientes com endometriose tratadas cirurgicamente, há fatores prognósticos definidos que identifiquem um maior risco de recorrência?

A recorrência de endometriose após tratamento cirúrgico consiste em um dos maiores desafios atuais, com frequência relatada em até 32% dos casos. O estádio da doença e a presença de cirurgias prévias são fatores prognósticos de maior recorrência

Questão-chave 4

Em pacientes com endometriose, a adição de tratamento clínico após intervenção cirúrgica diminui o risco de recorrência da doença?

Diversos ensaios clínicos estão disponíveis na literatura, com o objetivo de avaliar o tratamento pós-operatório sobre a recorrência da doença. Como resultados, distintas modalidades de intervenção têm sido estudadas. Dentre essa merecem destaques os tratamentos hormonais, hormonioterápicos centrais, o DIU de Progesterona e que encontram-se dados de significativa melhora quanto maior  for o tempo de tratamento. Em nossa experiência pessoal, temos usados os implantes de Nestorone com grande sucesso.